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Opinião

«Prevenir a fragilidade no idoso exige colaboração entre profissionais de saúde e da área social»


João Paulo de Almeida Tavares

Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA)



O termo “fragilidade” tem sido utilizado cientificamente desde 1979. Atualmente, representa uma das síndromes geriátricas mais relevante e com maior impacto na qualidade de vida e bem-estar das pessoas idosas.

Esta síndrome não representa uma doença específica, mas a perda da capacidade funcional associada à má nutrição e inflamação. Independente do modelo fisiológico da fragilidade, assume-se que é um processo dinâmico que conduz a uma espiral de declínio em vários domínios funcionais e exacerba o risco de outras síndromes geriátricas.

O conhecimento das causas predisponentes e/ou precipitantes da fragilidade e a deteção precoce de sinais e sintomas (condição pré-frágil) por parte dos profissionais de saúde auxiliará a evitar a instalação da síndrome a partir da adoção de intervenções específicas.

Todavia, perante a presença de uma pessoa idosa frágil, é necessária a implementação de medidas de intervenção quer ao nível primário, quer ao nível secundário.

As intervenções na fragilidade devem ter como objetivos: Prevenir, atrasar, reverter ou reduzir a severidade da fragilidade; Prevenir ou reduzir os eventos de saúde adversos naquelas em que a fragilidade não é reversível; Estratégias de intervenção efetivas têm vários benefícios para a pessoa idosa, as famílias e toda a sociedade.


João Paulo de Almeida Tavares

Ao longo das últimas décadas, intensificou-se a investigação sobre as intervenções para a prevenção da fragilidade. Uma das estratégias mais consensuais na literatura é o rastreio da fragilidade para identificar pessoas idosas “em risco”. Estas irão beneficiar de uma avaliação geriatria global e, posteriormente, de uma intervenção dirigida.

Dentre as intervenções, os estudos de revisão sistemática evidenciam:
1) programas de exercício físico;
2) suplementação nutricional;
3) suplementação hormonal;
4) intervenção individualizada na gestão de condições clínicas;
5) sessões de grupo;
5) visita domiciliária;
6) terapia psicológica;
7) treino cognitivo;
8) sessões de educação para a saúde individualizadas realizadas por profissionais especialistas em geriatria
e 9) tratamento combinado. Estas intervenções demonstram ser confiáveis, com uma taxa de adesão de 70% na maioria dos estudos.

Estas intervenções devem ter como objetivo manter o equilíbrio homeostático. Para a prossecução deste objetivo e para responder às necessidades da pessoa idosa, deve existir uma colaboração entre os profissionais de saúde e da área social e as intervenções devem ser coordenadas e articuladas. Isto implica um trabalho verdadeiramente interdisciplinar.

Pelos desfechos negativos da fragilidade, adotar estratégias preventivas é, sem sombra de dúvidas, o melhor remédio!



Artigo publicado no Jornal do XVII Curso Pós-Graduado sobre Envelhecimento.

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