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«Centros portugueses devem investir mais em cirurgia cardíaca mini-invasiva»




"A cirurgia cardíaca minimamente invasiva é, sem dúvida, uma técnica superior à clássica, é já amplamente usada em todo o mundo e vai, com certeza, ser uma parte importante do futuro da cirurgia cardíaca", garante Ângelo Nobre, que foi chairman do Lisbon Meeting – Minimally Invasive Cardiac Surgery Techniques, cuja segunda edição se realizou a 20 de outubro, em Lisboa.

E continua: “Os principais desafios nesta área, ainda pouco desenvolvida em Portugal, são alertar para as mais-valias da técnica e dar a conhecer aos doentes esta tecnologia e esta nova forma de cirurgia, menos agressiva, com uma recuperação muito mais rápida, com resultados cosméticos muito superiores.”

Divulgar novas tecnologias "para bem dos doentes"

Falando mais especificamente desta última reunião, Ângelo Nobre refere que foi constituída por três grandes sessões, abordando a cirurgia minimamente invasiva da válvula aorta, da válvula mitral e coronária.



“Estiveram em debate, nomeadamente, a seleção de doentes, as técnicas, os resultados, as modificações das técnicas de anestesia, a importância da ecocardiografia pré, intra e pós-operatória e os cuidados intensivos", refere o médico, acrescentando: "Cobrimos todo o espetro do caminho que o doente faz, desde que é selecionado para o procedimento até que é seguido no pós-operatório."

Relativamente aos objetivos desta segunda edição, foram exatamente os mesmos da reunião anterior, ou seja, "divulgar estas novas tecnologias e tentar que os outros serviços e cirurgiões se interessem pelo tema, para bem dos doentes.”




Segundo Ângelo Nobre, esta técnica, que tem já muitos anos noutros países, teve início, há algum tempo, em Portugal, no Hospital de Santa Cruz. Contudo, acabou por não avançar, tendo o Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Maria/CHLN, do qual é diretor, dado início a este tipo de cirurgias há cerca de três anos. 

“Temos tido uma experiência que tem sido muito boa e extensa e o centro de Vila Nova de Gaia está também agora a começar. Esperemos que os outros serviços adiram rapidamente a esta tecnologia. Estamos dispostos a ajudar todos os que a queiram iniciar, tal como fizemos com Vila Nova de Gaia”, observa Ângelo Nobre.


Michael Rinaldi, Alain Berrebi, Ângelo Nobre, Carlon Anton e Ricardo Arruda Pereira

Para terminar, o cirurgião cardiotorácico afirma que a reunião “correu muito bem”, houve tempo para discussão depois de todas as sessões, tendo a participação sido elevada. A iniciativa contou com cerca de 100 presenças, entre médicos – cirurgiões, anestesistas e cardiologistas –, enfermeiros e técnicos cardiopneumologistas.



Artigo publicado na LIVE Cardiovascular de janeiro/março 2018

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