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Valve For Life: novo projeto da APIC alerta para a importância de tratar os idosos com doença valvular

Valve For Life é o nome do novo projeto da APIC cuja missão passa por reduzir a mortalidade e a morbilidade dos doentes com patologia valvular, através de técnicas percutâneas. Lino Patrício, da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, é o coordenador desta iniciativa.

“É necessário alertar a sociedade em geral e a comunidade médica em particular de que não se deve deixar de tratar alguém pelo facto de ser idoso, desde que tenha, obviamente, uma boa qualidade de vida e condições clínicas para tal”, afirma o cardiologista de intervenção, em declarações à Just News.

Segundo refere, o tratamento por cateter da patologia aórtica do idoso é caro. Contudo, feitas as contas, ao final de um ano, o número de reinternamentos e de consultas que estes doentes acabam por ter, reduz os custos. O mesmo se passa com o tempo de recuperação dos doentes, quando comparado com a cirurgia, o que diminui substancialmente o seu custo/ano.

“Os QALY (Quality-adjusted life-year) deste tratamento são muito bons. Inicialmente, é uma intervenção cara. No entanto, ao fim de um ano torna-se barata”, menciona, acrescentando que, desde que o idoso tenha indicação para tratamento através de técnicas percutâneas, é uma obrigação da sociedade tratá-lo, independentemente da sua idade.



No entender de Lino Patrício, também coordenador da Cardiologia de Intervenção do Hospital de Santa Marta/Centro Hospitalar de Lisboa Central e do Hospital do Espírito Santo de Évora, é preciso sensibilizar sobretudo os não idosos, com a certeza de que as decisões tomadas sobre os atuais idosos irão refletir-se inevitavelmente sobre os mais jovens no futuro.

“A população está a envelhecer muito rapidamente e o nosso sistema de saúde começa a ter alguma dificuldade em acompanhar esse fenómeno. Porém, é importante estarmos preparados para tal. Temos de saber a quem implantar as válvulas, mas não as podemos negar por o doente ser idoso, até porque este, não nos podemos esquecer, já contribuiu para o seu tratamento”, sublinha.

Além desta sensibilização, segundo o seu coordenador, o Valve for Life tem ainda delineados como objetivos iniciais: aumentar a referenciação de doentes com patologia valvular, cortar as barreiras que possam existir em relação ao tratamento percutâneo e, assim, aumentar o número de válvulas colocadas, isto é, melhorar o acesso e as respostas dos centros.

O plano de ação passa, sobretudo, por ações de formação aos profissionais e de informação através dos meios de comunicação social à população.

Este projeto está já a ser trabalhado, sendo que a sua apresentação vai ser feita na 7.ª Reunião Anual da APIC, que se realiza de 3 a 6 de novembro, na Figueira da Foz.


Lino Patrício com Rui Campante Teles (presidente da APIC), durante a 1.ª sessão do Day at the Cath Lab (D@CL), um outro projeto igualmente lançado pela equipa da APIC.

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