KRKA

USF-AN dá prioridade à governação clínica e à profissionalização de carreiras

O apoio à governação clínica e a profissionalização da carreira de enfermeiro de família e de secretário clínico são os principais desafios da reforma dos Cuidados de Saúde Primários. O alerta foi dado por João Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN), durante o encontro "USF - Virtudes e Defeitos. Que caminho?", em que foi o orador convidado. A iniciativa, promovida pela Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde (APEGSaúde), realizou-se na Pousada do Palácio Nacional de Queluz.

João Rodrigues fez um balanço de dez anos da reforma dos CSP e salientou "a importância da existência de uma estrutura nacional de governação e pilotagem nos CSP que apoie a governação clínica". Para o responsável, a aposta nesta vertente permite "responsabilizar as equipas, motivar mais os profissionais e prestar melhores cuidados aos utentes".



Relativamente ao enfermeiro de família e ao secretário clínico, “devem ser considerados uma nova carreira, porque é necessário qualificar todos os profissionais que constituem a equipa das USF". O responsável pela USF-AN referiu que, se se não der atenção a estes dois pontos, “está-se perante duas das sete ameaças que podem pôr em causa a evolução da reforma”, segundo o estudo "Momento atual da reforma dos CSP em Portugal 2014/2015", da Associação Nacional de USF.

As restantes ameaças são a não colocação dos profissionais nos quadros, "não contribuindo para a estabilidade temporal da equipa"; a falta de psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e consultores hospitalares; as diferenças entre as USF e as UCSP, "que criam desigualdades"; a ausência de uma arquitetura integrada nos sistemas de informação; ACES “demasiado grandes”; e processos de contratualização e monitorização “rígidos e centralizados nas ARS”.



O presidente da USF-AN falou ainda do "novo ciclo que se iniciou na apresentação da edição “7x7 Medidas - Novo Ciclo para os Cuidados de Saúde Primários 2015-2018” da USF-AN. Um dos seus pontos prioritários já foi posto em prática pelo atual Governo. “Foi nomeado um coordenador nacional para a reforma do SNS na área dos CSP, que é o Dr. Henrique Botelho, um médico com grande experiência nesta área.”

Quanto às virtudes das USF, João Rodrigues considerou que "existe toda a evidência de que os profissionais de saúde e os utentes estão mais satisfeitos nas USF do que nas UCSP”.



Após a intervenção de João Rodrigues, iniciou-se o debate, moderado por Fernando Regateiro, presidente para o Conselho de Cooperação da APEGSaúde, que contou com a participação de Ana Andrade (ACES Sintra), José Carlos Marinho (USF Santa Joana, Aveiro), Helena Baptista (ACES Cascais), Manuela Peleteiro (ACES Lisboa Norte) e Nuno Pedrosa (USF Luísa Todi, Setúbal). O encerramento esteve a cargo de Mário Durval, vogal do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.



Segundo Carlos Tomás, presidente da APEGSaúde, este foi o primeiro de outros encontros na área dos CSP que serão dinamizados pela associação.






Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda