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Sociedade de Psiquiatria cria Secção de Psico-Oncologia «para estruturar novas formas de tratamento»

Atendendo à importância dos aspetos psicológicos no tratamento e na evolução dos doentes com cancro, a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) criou uma nova Secção de Psico-Oncologia. Sílvia Ouakinin, uma das suas fundadoras, sublinha que “o peso desta área no tratamento global dos doentes do foro oncológico tem vindo a ser cada vez mais reconhecido”.

Esta nova Secção da SPPSM foi aprovada durante o XII Congresso Nacional de Psiquiatria, que decorreu de 10 a 12 de novembro, em Vilamoura. Os corpos sociais serão eleitos em breve.

Em entrevista à Just News, Sílvia Ouakinin, sócia fundadora da Sociedade Portuguesa de Psicossomática e responsável pelo seu Núcleo de Formação, menciona que esta área tem implicações práticas muito importantes na forma como as pessoas reagem à doença, como lidam com os tratamentos, na evolução da doença e, ainda, na qualidade de vida dos doentes.

A psiquiatra, que é professora auxiliar de Psicologia Médica, Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, acrescenta que, neste momento, o cancro é uma doença crónica e, como tal, ”implica uma adaptação de longo prazo, que passa por um conjunto de processos de nível psicológico, determinantes não só na adaptação à doença, mas também na forma como as pessoas se reorganizam face à sua vida e na qualidade de vida que conseguem”.



Segundo Sílvia Ouakinin, já há muito tempo que o National Comprehensive Cancer Network (NCCN) -- entidade que, de alguma forma, regula a qualidade do tratamento nesta área -- reconheceu a necessidade do tratamento psicossocial, incluindo nas suas guidelines os instrumentos necessários para a avaliação do distress.

“Um dos objetivos da Secção é o reconhecimento do distress como sexto sinal vital, ou seja, como aspeto a ter em conta na avaliação de todos os doentes e que tem uma margem de abordagem e de tratamento que interfere na forma como o doente se adapta à doença”, aponta.

Esta Secção pretende incluir psiquiatras, psicólogos e oncologistas, ou outros profissionais de saúde que estejam envolvidos no tratamento de doentes com patologia oncológica. A ideia é, segundo Sílvia Ouakinin, “criar um espaço onde seja possível refletir sobre a importância destes aspetos para estruturar novas formas de tratamento, discutir a abordagem psiconeuroimunológica no contexto do cancro, tal como a abordagem psicológica e psiquiátrica face às comorbilidades psiquiátricas do cancro”.

A psiquiatra menciona que é sabido que, por exemplo, a depressão é uma comorbilidade extremamente importante e frequente  no cancro, tal como as perturbações da ansiedade. Além destas, existem outras que se prendem com alterações que ocorrem associadas à própria doença ao nível do sistema nervoso central e também dos tratamentos (quimioterapia e radioterapia).

Também durante o Congresso foi aprovada outra nova Secção da SPPSM designada “Primeiro Episódio Psicótico”, que pretende reunir todos os médicos psiquiatras com interesse clínico e de investigação nos doentes jovens que estão nas fases iniciais das doenças psicóticas.





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