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Rogério Gaspar defendeu um maior contributo público no apoio à investigação científica

“Mesmo nos EUA, o país mais liberal e que investe fortemente no setor privado, só se aposta na investigação quando existe um importante contributo público”, lembrou Rogério Gaspar, presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Farmacêuticas (SPCF), ao intervir no simpósio científico realizado esta quarta-feira, integrado nas comemorações do Dia do Farmacêutico, assinalado a 26 de setembro.



Foi perante uma assistência que incluía alunos e professores da própria Faculdade de Farmácia de Lisboa (FFUL), em cujo auditório decorreu o evento, que o também vice-reitor da Universidade de Lisboa abordou o tema “A interface ensino-profissão no desenvolvimento das Ciências Farmacêuticas”, no âmbito de uma sessão moderada pelo primeiro bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Francisco Carvalho Guerra.

Rogério Gaspar frisou que, olhando para a atual realidade, as faculdades de Farmácia devem apostar cada vez mais no conceito “science based practice”, isto é, não se podem ficar apenas pelo ensino da prática farmacêutica, mas envolver todas as restantes áreas das ciências farmacêuticas, como a farmacocinética e a farmacoeconomia.




Relativamente à ligação entre a investigação e o ensino, Rogério Gaspar salientou ainda que a primeira “não vive isolada do mundo”, logo, hoje em dia, é preciso ter em conta os vários “desafios societais”, como o envelhecimento da população, geralmente associado ao aumento das doenças crónicas e à polimedicação.

Outra questão destacada na intervenção do presidente da SPCF prende-se com a questão dos quadros regulatórios dos produtos medicalizados. “Não existe uma resposta adequada para os avanços tecnológicos que permitem ao medicamento ser, em simultâneo, um medical device e um medical product”, afirmou.



No mesmo painel sobre “Investigação”, Julian Perelman, coordenador do Centro de Investigação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública, falou sobre “Investigação em Saúde Pública: um apoio à governação”. Na sua intervenção, destacou a importância da Economia em Saúde, que “ajuda a atenuar os efeitos da crise, apoiando os governos com base na evidência científica, trabalhando em equipas pluridisciplinares”.

Este painel terminou com comentários de Alexandre Quintanilha, deputado e presidente da Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, João Gonçalves, presidente do Instituto de Investigação do Medicamento da FFUL, e Jorge Soares, diretor do Programa Inovar em Saúde da Fundação Calouste Gulbenkian.


Rogério Gaspar, Ema Paulino e Matilde Castro.

Na mesa da sessão de abertura do simpósio estiveram presentes Ema Paulino, presidente da Direção da Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticos, e Matilde Castro, diretora da FFUL.

No dia 26 de setembro, e com a presença da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Ana Paula Martins, será entregue a Medalha de Honra da OF, uma homenagem aos farmacêuticos que completam 50 anos de profissão, o Prémio “Sociedade Farmacêutica Lusitana” e o Prémio de Investigação Científica Professora Doutora Maria Odette Santos-Ferreira.



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