«O objetivo destas Jornadas é projetar e unir a Medicina Interna desta casa»

António Martins Baptista, diretor do Serviço de Medicina Interna da ULS Santa Maria e presidente do evento, incentivou e apoiou a organização das 1.^as Jornadas de Medicina Interna da instituição desde o primeiro momento.

Além de se dirigir aos internos e especialistas de Medicina Interna, o médico adianta que o programa foi construído a pensar em toda a comunidade científica, inclusivamente nos colegas dos CSP, pelo que espera que possa existir uma participação externa massiva.

Para António Martins Baptista, “é muito importante que um Serviço de Medicina Interna com a dimensão do da ULS Santa Maria organize umas jornadas anuais, onde se possa não só fazer a súmula do que se vai aprendendo e de toda a nova ciência que vai havendo ao longo do ano, como também transmitir a todos os colegas externos muito do know-how que há no Serviço”.


António Martins Baptista

Apesar de presidir a estas 1.ªs Jornadas, António Martins Baptista, que dirige o Serviço de Medicina Interna desde setembro de 2023, sublinha que “a sua idealização e o grande trabalho de organização – pese embora o evento seja preparado por todos os profissionais do Serviço – foram feitos pelo Dr. António Pais Lacerda e por toda a sua equipa”.

Na verdade, no cenário anterior à unificação dos três serviços de Medicina Interna do CHU Lisboa Norte, que viria a acontecer em setembro de 2023, António Pais Lacerda era o diretor do Serviço de Medicina II do Hospital de Santa Maria, um dos três serviços de Medicina do CHULN. Por isso, foi nomeado de diretor executivo destas Jornadas.

Desde a unificação, o Serviço está organizado em quatro áreas, cada uma das quais coordenada por um internista diferente. A área A está localizada no Hospital Pulido Valente e contempla 48 camas, enquanto as áreas A, B e C encontram-se no Hospital de Santa Maria e cada uma tem uma dimensão aproximada de 60 camas, totalizando o Serviço 263 camas.

Na lógica de agregação dos três anteriores serviços autónomos, enquanto diretor do serviço uno, o médico garante fazer questão de “tratar as quatro áreas exatamente por igual”.



Quanto à organização do Internamento, por exemplo, nota que “a maioria dos doentes podem ser internados em qualquer uma das áreas, existindo apenas algumas situações que implicam escolhas, como a necessidade de hemodiálise, que impossibilita o internamento no Hospital Pulido Valente, devido à inexistência dessa valência”.

Na sequência da integração do CHULN na ULS Santa Maria, António Martins Baptista destaca haver “um mundo de novidades a serem preparadas neste momento”, adiantando que uma delas se prende com a programação de um Hospital de Dia de Medicina Interna, que permita uma ligação direta entre os doentes dos CSP e o hospital, sem necessidade de passarem pela Urgência”.

O internista reconhece a necessidade de existir “uma estrutura de seguimento da doença crónica onde o doente possa ser recebido, tratado e compensado, regressando à comunidade, a maioria das vezes sem necessidade de internamento, num diálogo constante entre cuidados de saúde primários e hospitalares”.


António Martins Baptista e Luís Pinheiro com elementos da Comissão Organizadora das Jornadas

“O objetivo destas Jornadas é projetar e unir a Medicina Interna desta casa”

Na opinião de Luís Pinheiro, internista da ULS Santa Maria e membro da comissão científica do evento, “apesar da grande atividade interna que produz, a Medicina Interna desta casa tem tido pouca visibilidade, mercê eventualmente de alguma dispersão associada à anterior existência de três serviços”. Por isso, “o objetivo destas jornadas é precisamente projetar e unir a Medicina Interna desta casa”.

“Dada a intenção que já existia de serem organizadas umas jornadas, durante 2023, entendeu-se no Serviço, e na pessoa do seu diretor, que tem um espírito agregador e muito motivador, ultrapassar todas as vicissitudes do passado e usar as jornadas como forma de, por um lado, dar projeção ao Serviço e, por outro, agregar a equipa e potenciar a motivação interna”.



Como explica, “é importante que, externamente, a comunidade médica e a sociedade saibam que existimos e o que fazemos, porque, paradoxalmente, somos grandes, porque somos muitos, mas somos menos conhecidos ou considerados, e essa perceção não faz jus àquilo que somos e fazemos”.

Ao mesmo tempo, “é uma forma de os profissionais do Serviço se sentirem motivados por algo que é ‘seu’ e unidos”, distinguindo o médico que “a perspetivação dessa motivação é muito importante na fase difícil que a Medicina Interna desta casa e de todo o país atravessa”. 



“Sendo a MI uma especialidade tão transversal, o seu papel na organização do sistema de saúde é determinante”

Luís Pinheiro refere que “a diversa e complexa panóplia de atividades realizadas pela Medicina Interna está traduzida no programa, que engloba também algumas vertentes de organização, gestão e perspetivação do sistema de saúde, além da componente clínica”.

Nesse sentido, além de se abordarem os temas clássicos, adianta, a título de exemplo, que “será trazida também uma perspetiva de futuro e de como a Medicina Interna se integra no sistema de saúde”.

Por isso, “não serão abordados apenas os aspetos básicos do AVC ou das doenças raras, mas também haverá uma perspetiva sobre o que o futuro nos reserva em termos de diagnóstico e intervenção”.


Luís Pinheiro

Também de um ponto de vista mais organizacional, entende que, “sendo a MI uma especialidade tão transversal e um dos pilares da instituição − dadas suas características e dimensão −, o seu papel na organização do sistema de saúde é determinante, contudo, a sua voz nem sempre é ouvida, mercê de os próprios internistas não se fazerem ouvir”.

As 1.^as Jornadas de Medicina Interna da ULS Santa Maria acontecerão entre os dias 10 e 12 de abril, no Edifício Egas Moniz, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Pode consultar o programa e fazer a sua inscrição.

Mais informações disponíveis através do site e do e-mail jomiulssantamaria@gmail.com