Medicina Interna: SPMI apresenta livro sobre diabetes: «O que podemos comer?»

“Diabetes: O que podemos comer?” é o tema do livro lançado no 68.º aniversário da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que decorreu no passado dia 14 de dezembro. Na cerimónia, João Araújo Correia, presidente da SPMI, considerou a obra como o exemplo do “papel que os internistas podem ter na prevenção da doença e na promoção da saúde”.



Da autoria das nutricionistas Mariana Pedro, Vera Dias e Paula Almeida, o livro foi coordenado pelos internistas Estevão de Pape e Edite Nascimento, coordenador e coordenadora-adjunta do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da SPMI.

A apresentação da obra coube a Lèlita Santos, vice-presidente da SPMI. A responsável realçou que “a diabetes afeta mais de 13% da população portuguesa, estimando-se que 44% dos casos estejam por diagnosticar, daí a importância deste trabalho”.



Como acrescentou, “todas as orientações e normas da diabetes mellitus apontam, como medidas preventivas e no tratamento, a adoção de uma alimentação saudável, daí a relevância da Nutrição”.

A internista elogiou as autoras pela “forma fácil e simples” como transmitem a informação, sendo “mais uma ferramenta no combate à diabetes”.



A médica considerou mesmo que “este livro vai ser com certeza uma ajuda para todos, passando a mensagem de que as escolhas alimentares podem ser saudáveis e, simultaneamente, muito agradáveis, indo ao encontro dos gostos e dos hábitos de cada pessoa".

Na sua opinião, passa uma mensagem importante: "Mesmo com diabetes pode-se ter uma vida feliz, sem demasiadas restrições e preocupações com a doença.”


João Araújo Correia, Edite Nascimento, Paula Almeida, Mariana Pedro, Vera Dias, Sónia do Vale (diretora do Programa Nacional para a Diabetes) e Estêvão Pape

“A Medicina Interna é a base do sistema de saúde no hospital”

Na cerimónia de comemoração dos 68 anos da SPMI, João Araújo Correia começou por salientar o impacto positivo da campanha “Dezembro, Mês da Medicina Interna”, no qual, junto dos media, procuram dar a conhecer mais esta especialidade.

Para o médico, não há qualquer dúvida sobre a eficácia da campanha: “Foi muito bem compreendida pelos associados da SPMI e, fundamentalmente, pelos doentes, que sabem ser nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro que os internistas são chamados a um trabalho acrescido, evitando verdadeiramente que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) colapse.”



João Araújo Correia frisou que “a Medicina Interna (MI) é a base do sistema de saúde no hospital, podendo exercer as funções em todos os lugares que a instituição precise, quer na enfermaria de agudos como na de crónicos, nas consultas externas geral e setorizada, Cuidados Paliativos, Urgência ou Emergência. “É uma especialidade que se ocupa do doente adulto em contexto hospitalar, com uma visão global do ponto de vista fisiopatológico, psicológico e social.”

Continuando: “Nenhum problema lhe é estranho, embora não saiba tudo em profundidade – ninguém sabe -, sendo capaz de liderar equipas e definir o perito mais adequado em determinada fase de diagnóstico ou tratamento.”



João Araújo Correia criticou o facto de a Medicina atual ser “desfragmentada”, obrigando o doente a fazer um “périplo por múltiplos especialistas e consultas”. Para o internista, “esta lógica é pouco eficiente e útil numa população cada vez mais envelhecida e com múltiplas doenças”.

As críticas continuaram, alertando o presidente da SPMI para o facto de a agudização das patologias crónicas ser tratada de “forma casuística” nas urgências e de os hospitais assentarem em especialidades de órgão.



De acordo com o especialista, “a estrutura organizada é espartilhada em serviços estanques, mas o trabalho clínico não pode ser desligado do contexto social, sob pena de o resultado esperado não ser atingido ou perder-se irremediavelmente ao fim de uns dias após a alta.”



Quanto ao maior número de unidades de hospitalização domiciliária, nas quais o internista tem um papel-chave, espera que “esta experiência venha a tornar evidente a necessidade do tratamento do doente crónico complexo em casa”.

Para terminar, enalteceu ainda as reuniões conjuntas da SPMI e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, que levaram à entrega de consensos quanto ao tratamento do doente crónico e do agudo no Ministério da Saúde, assim como o maior custo-benefício dos programas de cogestão de doentes cirúrgicos.

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