Insuficiência cardíaca: «Em 2023 conseguimos realizar mais do que 450 ecocardiogramas de esforço»

É com evidente satisfação que Lígia Mendes, diretora do Serviço de Cardiologia do Hospital da Luz Setúbal, revela que, no ano passado, foram realizados na sua unidade mais de 450 ecocardiogramas de esforço.

De acordo com a médica, este exame é muito importante, já que é um elemento fundamental para se chegar “ao diagnóstico da insuficiência cardíaca, com fração de ejeção preservada”.

Mas não só. Segundo Lígia Mendes, “permite determinar os fenótipos, ou seja, que tipos de insuficiência cardíaca nós temos, porque os diferentes fenótipos vão implicar estratégicas de terapêuticas também diferentes”.

E acrescenta: “Isso já nos permitiu, junto de muitos doentes, fazer, por exemplo, a diminuição da dose de beta-bloqueante por incompetência cronotrópica, algo a  que nós não estaríamos alerta se não fizéssemos este exame. Mas permite-nos ainda múltiplas outras coisas, nomeadamente, iniciar tratamento dirigido para a obesidade ou fazer o tratamento convencional com fração de ejeção preservada”.

A cardiologista adianta ainda que, “desde há 4 anos que, no Hospital da Luz Setúbal, temos a pedaleira para fazer ecocardiograma de esforço e que. se é verdade que temos vindo a crescer os números de exames de ano para ano, os resultados em 2023 foram realmente muito encorajadores”.


Lígia Mendes

“Clínica de dispneia: moda ou necessidade?”

No próximo dia 1 de março, Lígia Mendes irá partilhar a sua perspetiva e a experiência da sua equipa no Cardiovolution, um evento dedicado às “novidades que mudam a prática da Medicina Cardiovascular” e organizado pelo Serviço de Cardiologia do Hospital da Luz Setúbal em parceria com o Hospital da Luz Learning Health.

A cardiologista será palestrante da mesa redonda “Clínica de Dispneia: moda ou necessidade?”, que se realiza após o almoço. Conforme explica à Just News, “o conceito de Clínica Dispneia assenta no facto de que nós conseguimos fazer diagnóstico diferencial de dispneia com o ecocardiograma de esforço”.

Quanto ao painel de discussão, vai contar com “duas especialistas de Medicina Geral e Familiar (MGF) e uma colega de Medicina Interna com uma forte formação na área, nomeadamente, no âmbito das comorbilidades dos nossos doentes com insuficiência cardíaca“.



O 1.º laboratório em Portugal acreditado para o nível de Advance

Segundo Lígia Mendes, “a comunidade médica da nossa área de influência tem conhecimento de que o nosso laboratório prima pela qualidade”.

No entanto, e tendo em conta que os participantes do Cardiovolution são médicos de MGF, Medicina Interna e de Cardiologia de várias regiões de Lisboa e do país, considera que “será uma oportunidade para partilhar como trabalhamos, como realizamos um ecocardiograma compreensivo, dirigido à pergunta clínica do colega”.

A qualidade a que a diretora do Serviço de Cardiologia se refere é comprovada pelo facto de o Laboratório de Ecocardiografia do Hospital da Luz Setúbal ter sido “o primeiro em Portugal acreditado para o nível de Advance, nas 3 modalidades”.

A cardiologista sublinha ainda que “ os nossos  clínicos que realizam ecocardiogramas têm acreditação europeia válida, bem como  os nossos técnicos – já temos um acreditado e outros em plano de formação de acreditação europeia”.

E o que implica obter a acreditação de nível de avançado? “Temos de cumprir uma série de requisitos de excelência, que são acreditados pela European Association of Cardiovascular Imaging (EACVI) e fazemos sistematicamente auditorias internas, para garantir sempre todos os critérios de qualidade”, afirma Lígia Mendes. E faz questão de sublinhar: “Primamos pela excelência dos exames.”

 

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