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António Meliço-Silvestre, «uma figura ímpar da Infeciologia portuguesa»

O secretário de Estado da Saúde sublinhou que o Governo tem “preocupações redobradas” com a epidemia de SIDA entre a população imigrada em Portugal, mas também com os residentes nas zonas de Lisboa e Setúbal, para além da região do Algarve. Manuel Delgado falava na sessão de abertura do XI Congresso Nacional de VIH/SIDA, em Coimbra.

A decorrer até sexta-feira, a principal reunião realizada nesta área no nosso país tem como presidente de honra o infeciologista António Meliço-Silvestre, que foi a figura central da cerimónia que na quarta-feira marcou a inauguração do Congresso.



“Uma figura ímpar da Infeciologia portuguesa"

Aliás, Manuel Delgado não deixou de se referir àquele médico como “uma figura ímpar da Infeciologia portuguesa, que desempenhou cargos da maior relevância, quer nesta área, quer na gestão hospitalar, ou na vida académica. Recorde-se que António Meliço-Silvestre se jubilou no passado dia 29 de setembro, precisamente na data em que completou 70 anos de idade.

Mas o governante quis deixar claro que a epidemia provocada pelo vírus da imunodeficiência humana continua a ser um grave problema de saúde pública, lembrando que “os anos de vida potenciais perdidos antes dos 70 anos por VIH representam a 8.ª causa de morte prematura em Portugal” e sublinhando ser importante não esquecer que “nos primeiros lugares aparecem os acidentes de viação, as lesões, etc.”.



Manuel Delgado afirmou que é preocupante o facto de a taxa de VIH por 100 mil habitantes ser das mais elevadas da União Europeia, sendo “revelador do muito que ainda há a fazer em matéria de prevenção nesta área”. Destacou a situação registada entre os imigrantes e nas zonas de Lisboa, Setúbal e Algarve, em que “a incidência tem aumentado, designadamente entre os heterossexuais, os homo e bissexuais e, felizmente, cada vez menos nos toxicodependentes”.

Apesar de a incidência de novos casos de VIH/SIDA registar uma diminuição “consistente” desde o ano 2000, depois do “crescimento significativo” que se vinha observando desde 1983, é preciso continuar a “desenvolver as melhores estratégias no âmbito preventivo e terapêutico”. Até porque, lembrou o secretário de Estado da Saúde, “esta doença apresenta ainda taxas de mortalidade significativas, em termos gerais superiores a 5% e, nos casos de doentes internados em hospitais, superiores a 11%”.



Em todo o caso, Joaquim Oliveira, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA (APECS) e do XI Congresso Nacional de VIH/SIDA, mostrou-se convicto de que a reunião de Coimbra se realiza “num momento de viragem”. E explicou que, na sua perspetiva, assistimos à “viragem de uma página relativamente ao controlo da epidemia porque nunca como hoje tivemos as ferramentas para a controlar, assim as saibamos utilizar sabiamente”.



Para além do presidente da APECS, associação que assinala este mês o seu 25.º aniversário, também os outros membros da mesa da sessão de abertura prestaram a sua homenagem a António Meliço-Silvestre, como Américo Figueiredo, subdiretor da Faculdade de Medicina de Coimbra, que se manifestou convicto de que o infeciologista “integrará, por direito próprio, a galeria das personalidades da nossa Escola”.

José Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, disse que aquele que já ocupou esse cargo de gestão, mas que também foi, por exemplo, coordenador da então Comissão Nacional de Luta Contra a SIDA, “conjuga as virtudes com o conhecimento, conjuga o saber com a dedicação, conjuga o conhecimento com a amizade”.


Joaquim Oliveira, Meliço Silvestre e Saraiva da Cunha.

O XI Congresso Nacional de SIDA realizou-se, mais uma vez, em simultâneo com o XIII Congresso Nacional de Doenças Infeciosas e Microbiologia Clínica. O evento foi presidido pelo diretor do Serviço de Doenças Infecciosas dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), o médico Saraiva da Cunha, em representação da Sociedade Portuguesa de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica (SPDIMC), entidade presidida por Maria Helena Ramos.


Maria Helena Ramos, Odette Ferreira, Meliço Silvestre e Joaquim Oliveira.

Podem ser consultadas mais fotos do XI Congresso de VIH/SIDA na Galeria de imagens.




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