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Enfermagem de Saúde Familiar: OE em condições de atribuir título de especialista «a partir de dezembro»

O vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros afirmou estar tudo a ser feito para que o título da especialidade de Enfermagem de Saúde Familiar possa começar a ser atribuído por aquela entidade “a partir de dezembro de 2017”. Luís Barreira aproveitou ainda para deixar bem claro que a OE entende que “o internato da especialidade tem que ser remunerado”.



Aquele responsável foi um dos intervenientes na sessão de abertura das 1.as Jornadas de Enfermagem de Saúde Familiar, que se realizaram no passado dia 11 de março, em Coimbra, promovidas pela Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN).

No início dos trabalhos pretendeu-se, aliás, contextualizar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com o objetivo de criar uma especialidade que abrangerá, desde logo, os cerca de 4000 enfermeiros que já exercem a sua atividade em USF e UCSP (unidades de cuidados de saúde personalizados).



Antes de Luís Barreira tinham já usado da palavra o anfitrião do evento, o médico de família João Rodrigues, presidente da USF-AN, o enfermeiro Manuel Oliveira, membro da Coordenação para a Reforma do SNS na área dos Cuidados de Saúde Primários, e Marta Temido, presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, também acabou por se deslocar até ao auditório da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, confirmando que o processo para a atribuição do título de enfermeiro de saúde familiar está a decorrer normalmente no seio da OE. E aproveitou para sublinhar que, na prática, “o enfermeiro de família já existe há muitos anos”.

A posição da USF-AN em relação a esta matéria é clara, considerando que “os enfermeiros são parte essencial para a qualidade, humanismo, eficácia e efetividade dos cuidados de saúde, sendo aqueles que melhor conhecem a comunidade, as famílias e as pessoas”. Daí que aquela associação defenda “o reforço do papel dos enfermeiros de família, apostando na sua diferenciação e qualificação, que se traduzirá, por certo, em maior motivação e resultados em saúde”.



“A USF-AN pretendeu, com estas Jornadas, criar sinergias entre todos os intervenientes, tendo em conta as suas sensibilidades específicas como fator decisivo, diferenciador, na construção e operacionalização da especialidade de Enfermagem de Saúde Familiar”, disse à Just News João Rodrigues, que saudaria o facto de se ter dado por terminada a fase de experiências-piloto, relativamente a esta matéria, com a publicação da Portaria n.º 281/2016, de 26 de outubro.

A intervenção de Marta Temido nestas 1.as Jornadas de Enfermagem de Saúde Familiar, na qualidade de coordenadora do então criado Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento e Acompanhamento de Boas Práticas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Familiar, foi importante para se perceber o que está a ser feito, depois de iniciada a sua atividade, em meados de dezembro último.



Marta Temido explicou que foram traçadas várias tarefas, a primeira das quais relacionada com a caracterização dos enfermeiros a trabalhar em cuidados de saúde primários. “Num segundo momento, queríamos garantir uma identificação precisa, ou o mais precisa possível, das necessidades assistenciais prioritárias a responder pelo enfermeiro de família”, referiu.

Depois do diagnóstico sobre o que se espera daquele profissional, Marta Temido disse que, por último, surge “a identificação dos processos assistenciais de boas práticas em que a equipa de saúde familiar esteja envolvida e em que a intervenção do enfermeiro de família possa ser alavancada, no sentido de rentabilizada”.

“É este o trabalho que nós pretendemos colocar à disposição do Ministério da Saúde, mas também da comunidade, da Ordem dos Enfermeiros, e depois entregá-lo para que, de facto, o especialista em enfermagem de saúde familiar possa utilizá-lo da forma como entender mais adequada”, concluiu.

O grupo de trabalho coordenado pela gestora Marta Temido, que representa a ACSS, integra os seguintes enfermeiros: Manuel Oliveira (Coordenação para a Reforma do SNS na área dos CSP), Sérgio Gomes (Direção-Geral da Saúde), Luís Barreira e Clarisse Louro (Ordem dos Enfermeiros) e Cristina Afonso (USF-AN).


Luis Barreira, João Rodrigues, Ana Rita Cavaco, Cristina Afonso, Marta Temido, Manuel Oliveira e Clarisse Louro.

O programa das 1.as Jornadas de Enfermagem de Saúde Familiar incluiu a organização de três grupos de trabalho, cada um dos quais debateu os seguintes temas:

-- As competências específicas do EESF, tendo por base o Regulamento 126/2011 da OE: operacionalização das competências descritas;
-- Prática Especializada de Enfermagem: que contributos na resposta à carteira básica de serviços;
-- Modelo formativo especializado (formação teórica: unidades curriculares / formação prática);
-- Boas práticas, no âmbito da saúde familiar, implementadas e sistematizadas nas USF;
-- Processo de transição / critérios de acesso à especialidade;
-- Adaptação dos sistemas de informação à prática do EESF.

As conclusões a que entretanto chegaram estes grupos de trabalho serão apresentadas em reuniões promovidas pela USF-AN e agendadas para dia 24 de março, no Porto (Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros), e dia 31 de março, em Lisboa (auditório do Centro de Saúde de Sete Rios).




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