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Doença venosa crónica: Ginecologistas «são fundamentais» no diagnóstico e tratamento

Crónica e evolutiva, a doença venosa tem um elevado impacto na qualidade de vida das doentes. Serra Brandão, angiologista e cirurgião vascular, considera tratar-se de uma patologia um pouco negligenciada, tanto pela população em geral como pelos profissionais de saúde. Porém, afirma que os ginecologistas estão mais alerta para esta situação, considerando mesmo que estes especialistas são essenciais no diagnóstico e tratamento da mesma.

“A doença venosa crónica (DVC) tem um elevado impacto na população portuguesa, devido ao grande número de doentes que afeta e ao seu caráter crónico e evolutivo, responsável por altas taxas de absentismo e pelo elevado impacto na qualidade de vida”, afirma Serra Brandão, angiologista e cirurgião vascular, diretor do Instituto de Recuperação Vascular, em Lisboa.

No seu entender, tanto a população, como os profissionais de saúde dão, ainda, muito pouca importância a esta patologia. Contudo, segundo menciona, “os ginecologistas estão cada vez mais sensibilizados e são essenciais na prevenção e tratamento da doença”, uma vez que a identificam durante o exame ginecológico e alertam as doentes
para a necessidade de procurar um cirurgião vascular.

“O ginecologista deve estar muito atento ao aparecimento dos primeiros sintomas de doença venosa, como é o caso da dor ou da sensação de pernas pesadas ou cansadas, e ser proativo na anamnese das doentes”, refere.

E continua: “É essencial informar as pacientes que a doença é crónica e evolutiva, realçando algumas das complicações que podem surgir, caso o tratamento não seja seguido corretamente e mantido a longo prazo.”

Segundo Serra Brandão, o mais importante, acima de tudo, é não negligenciar o impacto da patologia na qualidade de vida e ser criterioso na escolha dos tratamentos, procurando sempre obter uma melhoria dos sintomas, mas dando sempre particular relevância ao controlo da inflamação venosa, de forma a proteger o capital venoso.

Aludindo ao estudo “Prevalência de doença venosa crónica”, realizado a nível nacional, de Norte a Sul do país, há cerca de cinco anos, e do qual foi coordenador, o cirurgião
vascular frisa que 50% das doentes que foram a uma consulta de Ginecologia não sabiam que tinham doença venosa, tendo sido este profissional a alertá-las para a importância de iniciarem um tratamento.

Por outro lado, daquelas que sabiam ter a doença, apenas 50% estavam a ser tratadas. “Estes dados demonstram que o ginecologista tem um papel muito importante no tratamento da DVC.”

Quando questionado, Serra Brandão responde que, ao verificar que a doente sofre desta doença, o ginecologista deve, em primeira instância, prescrever venotrópicos e incentivá-la a procurar um cirurgião vascular, a fim de iniciar o tratamento. Além disso, e perante uma DVC declarada, pode alterar-se o tipo de contraceção para não hormonal.



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