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Congresso de Geriatria debate desafios científicos e sociais do envelhecimento

“Não abandonar ninguém, uma sociedade para todos” é o tema oficial da 35.ª edição do Congresso Português de Geriatria, que se realiza em simultâneo com o 16.º Congresso Português de Gerontologia Social. Segundo Manuel Carrageta, presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG), é importante fazer uma reflexão sobre a situação do envelhecimento em Portugal e da evolução económica, que vêm colocar problemas aos governos, às famílias e às sociedades em geral.

À margem das reuniões, que tiveram início esta quarta-feira, no Centro Ismaili, em Lisboa, e que decorrem até sexta-feira, Manuel Carrageta defende que esta “mudança de paradigma da população” levanta desafios à responsabilidade e à solidariedade coletiva individual. “O que se pretende é fazer, nesta reunião, uma atualização dos avanços e das novas ideias no campo do apoio dos cuidados médicos e sociais aos idosos”, menciona.

E acrescenta: “A medicina da especialidade dos órgãos, como são exemplos a Cardiologia, a Gastrenterologia ou a Pneumologia, não resolve o problema dos idosos, que têm de ser abordados de uma forma global.”


Segundo indica, é importante que se tenha uma perspetiva de avaliação global e até multidisciplinar, não habitual na denominada medicina especializada dos órgãos, uma vez que os idosos têm múltiplas patologias e “manifestações que, neste momento, são atípicas”.

“Cada vez há mais idosos. Este é um encontro onde estão presentes os melhores especialistas nacionais das várias áreas da ciência e os vários tipos de profissionais de saúde. Esperamos ficar mais habilitados a prestar os nossos cuidados à população de idade mais avançada”, refere.

Questionado quanto ao problema social que se coloca, resultante do envelhecimento, Manuel Carrageta responde que, considerando as dependências, as incapacidades e a diminuição da capacidade económica dos idosos, é importante que lhes sejam prestados não apenas cuidados médicos, mas também psicológicos, no sentido de dar uma melhor qualidade de vida a estas pessoas.

“A sociedade não está preparada. Hoje em dia, temos uma população mais envelhecida, mas ativa, e com problemas muito mais complexos que os dos doentes jovens. No caso dos idosos, o objetivo é manter a sua independência e a qualidade de vida”, termina.

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