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Associação Internacional Lions: fórum promove combate à cegueira evitável

“Os erros de refração e as cataratas são as principais causas de deficiência visual em Portugal, apesar de serem evitáveis”, referiu Manuel Monteiro Grillo, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO). O responsável falava no Fórum “Visão em Portugal”, uma iniciativa da Associação Internacional Lions, que tem, entre outros, o programa “Sight First”, de combate à cegueira.

No evento, que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, foram debatidos os problemas da visão em Portugal, numa altura em que a Associação Internacional Lions assinala o seu centésimo aniversário.



Na sua intervenção, o presidente da SPO sublinhou que “o Plano de Ação Global Europeu para a Saúde da Visão fala em 39 milhões de invisuais, além de 246 milhões de pessoas com défice de visão, existindo muitas causas de cegueira que podem ser evitadas”.

Manuel Monteiro Grillo alertou ainda para o problema da falta de oftalmologistas no SNS, até porque “metade está no serviço privado”, acrescentando que se “trabalha sem as condições necessárias”. O problema agrava-se ainda mais nos serviços de Urgência, sendo que “em Lisboa, por exemplo, apenas dois hospitais têm Oftalmologia 24 horas por dia”.

Para o médico, a solução passa por atrair mais os oftalmologistas para o SNS, “não apenas por via do salário, mas também dando melhores condições, como mais férias por causa do desgaste e apostando numa melhor organização da Urgência”.

Quem também marcou presença no Fórum “Visão em Portugal” foi Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN). Na sua intervenção, um dos pontos focados prendeu-se com a ponte com os cuidados de saúde primários (CSP). “Não se pretende substituir o médico de Medicina Geral e Familiar (MGF), mas trabalhar com ele, para que o médico de família possa obter bons resultados, tendo sempre na coordenação o especialista hospitalar”, afirmou.



E acrescentou: “Não sou defensor de que o médico da especialidade tenha de regressar ao trabalho de periferia – seria uma distorção do sistema --, mas que colabore de forma conjunta com as equipas de saúde familiar.”

Contudo, referiu, “no caso da Oftalmologia existe, por vezes, o problema da falta de aparelhos, que deve ser resolvido para que a população possa ter acesso a respostas integradas”.



Na abertura do Fórum esteve presente a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, que realçou o impacto “complexo e trágico” de casos de cegueira evitáveis e como o aumento da esperança média de vida vai levar ao aparecimento de mais problemas de visão.

E lembrou: “Não nos podemos esquecer que quem sofre de uma deficiência visual – congénita ou adquirida – também envelhece, sendo necessário acautelar estas situações, criando-se estratégias e respostas.”



Raul Amado, o governador da Lions Portugal, sublinhou, por sua vez, o trabalho da associação, nomeadamente no programa “Sight First”: “Iniciámos este projeto em 1989 e já se conseguiu recuperar a visão a mais de 7 milhões de pessoas através da cirurgia a cataratas e evitámos a perda severa de visão em 20 milhões de pessoas.”

No evento, registaram-se ainda outras intervenções, como a de Rufino Silva, da Faculdade de Medicina de Coimbra e do CHUC, Eugénio Leite, da Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior, Graça Gerardo, presidente da ACAPO, Nádia Fernandes, em representação da Associação de Retinopatia de Portugal e Aldina Reis, presidente da Associação Portuguesa de Ortoptistas.

O organizador da iniciativa foi o imunoalergologista Carlos Nunes, que é assessor para a Visão na Associação Internacional Lions.


Raul Amado com os moderadores do fórum, Carlos Nunes e Maria João Garcia, jornalista especializada na área da saúde.

Podem ser consultadas na Galeria de imagens mais fotos do Fórum "Visão em Portugal".




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